Descrição

Cristiano Ronaldo, uma das figuras do Europeu

Foto: Jeff Pachoud/AFP
Balanço

O Euro 2012, de A a Z

Andrea Pirlo Fez um Europeu quase perfeito. O experiente médio da Juventus foi preponderante no percurso da Itália e era um sério candidato a sair de Kiev com o prémio de melhor jogador do Euro 2012. Mas o colapso italiano na final destruiu as suas hipóteses.


Balotelli Andou escondido até à meia-final, mas a exibição contra os alemães foi avassaladora e, pela primeira vez na prova, deixou de ser notícia apenas por motivos extradesportivos.

Cristiano Ronaldo Terminou o Euro 2012 com a palavra "injustiça" na boca, mas, ao contrário do que aconteceu no Mundial 2010, desta vez conseguiu um par de exibições ao nível do que produz no Real Madrid. O desempenho contra a Holanda, que se seguiu ao desastre individual frente à Dinamarca, foi dos melhores de CR7 pela selecção.

Dziekuje Ao contrário dos ucranianos, os polacos terminaram o Euro 2012 com nota positiva. Apesar de alguns pequenos problemas, a Polónia mostrou ter condições para organizar a prova e as 13 selecções que escolheram o país como base despediram-se do país com um dziekuje (obrigado).

Estradas Circular de automóvel entre as cidades-sede do Euro 2012 na Polónia foi uma dor de cabeça, na Ucrânia um pesadelo. Com poucos quilómetros de auto-estradas, vias em muito mau estado e estradas repletas de camiões, foi necessário tempo e paciência para completar os trajectos.

Final "Não houve jogo", reconheceu Buffon, após a derrota italiana contra a Espanha. Numa das finais mais desequilibradas de sempre, a supremacia da Roja foi inquestionável. Na partida decisiva de Kiev, os espanhóis fizeram a melhor exibição de toda a prova.

Grande penalidade A primeira, logo no jogo inaugural, foi desperdiçada pelo grego Karagounis. A penúltima, rematada por Fàbregas, bateu no poste, entrou e afastou Portugal. Ao contrário do que tinha acontecido em 2004, desta vez o desempate por grandes penalidades ficará como uma má memória para os portugueses.

Holanda Era apontada como uma das favoritas, a par de Espanha e Alemanha. No entanto, a "laranja mecânica" regressou a casa bem espremida e sem qualquer ponto no "grupo da morte". Após os maus resultados dos holandeses, o seleccionador Bert van Marwijk pediu a demissão.

Iniesta Foi considerado por três vezes o "homem do jogo", tal como Pirlo, mas o triunfo espanhol garantirá a Iniesta o prémio de melhor jogador do Euro 2012. Uma distinção justa para o jogador do Barcelona.

Jordi Alba Chegou à Polónia como um promissor defesa do Valência, regressa da Ucrânia como reforço do Barcelona e um valor seguro do futebol espanhol. O golo na final contra a Itália foi um prémio merecido.

Képler Laveran Lima Ferreira, mais conhecido no mundo do futebol por Pepe, foi, muito provavelmente, o melhor defesa-central do Euro 2012. O jogador do Real Madrid formou com Bruno Alves uma dupla que mereceu elogios. E ainda marcou o primeiro golo de Portugal.

Löw Teve quase sempre uma postura altiva e isso custou caro aos alemães contra os italianos. Joachim Löw foi claramente derrotado tacticamente por Cesar Prandelli e a favorita Alemanha regressou a casa, mais uma vez, sem o título.

Massacre Há quem fale em 60 mil, outros apontam para 80 mil. Mais número, menos número, não há dúvidas de que as autoridades ucranianas abateram milhares de cães e gatos que vagueavam pelas ruas da Ucrânia antes de o Euro começar. Um massacre onde a UEFA é cúmplice.

Nani Nas vésperas do Euro, afirmou que ia ser "de certeza" uma das "figuras do Euro 2012". O jogador do Manchester United acabou por não ter uma prestação tão decisiva como anunciou, mas saiu com nota positiva. Faltou, porém, um golo a Nani.

Opalenica O Hotel Remes Sport & Spa, na pequena cidade polaca de Opalenica, foi a casa da selecção nacional durante quase um mês. A escolha revelou-se acertada e a população de Opalenica revelou-se sempre hospitaleira.

Pedro Proença Foi uma das figuras da competição. Após a nomeação para a final da Liga dos Campeões, o árbitro português voltou a merecer a confiança da UEFA e dirigiu o decisivo Espanha-Itália. Um feito para a arbitragem nacional.Quarto Encontrar alojamento na Polónia ou na Ucrânia foi um problema antes de a prova começar. Durante o torneio, principalmente nas cidades ucranianas, foi missão quase impossível e os preços pedidos atingiam valores exorbitantes.

Rui Patrício Se dúvidas havia, o Euro 2012 mostrou que Portugal tem um guarda-redes de nível internacional. Rui Patrício cometeu pouquíssimas falhas e fez defesas decisivas contra a Espanha.

Selecção nacional A derrota no último jogo de preparação contra a Turquia levantou muitas dúvidas sobre a equipa, mas Portugal abandonou o Euro 2012 de cabeça erguida. Após sobreviver ao "grupo da morte", a selecção nacional resistiu à Espanha, só perdendo nos penáltis. A missão, no entanto, foi bem cumprida.

Trapattoni A República da Irlanda foi a primeira selecção a ser afastada, mas para os irlandeses a qualificação para o Euro 2012 já foi uma proeza. O mérito é de Giovanni Trapattoni, e o experiente treinador de 73 anos, o mais velho de sempre a participar num Europeu, já pensa no desafio seguinte: o Mundial de 2014.

UEFA A UEFA, pela voz do seu presidente, Michel Platini, não poupou elogios à organização do "fantástico" Euro 2012. Para quem acompanhou a prova, a trabalhar ou como adepto, e se deparou com problemas constantes, principalmente na Ucrânia, as palavras do francês só podem ser qualificadas de uma forma: hipocrisia.

Vicente del Bosque Até à final de Kiev, apenas Helmut Schön, em 1972 e 1974, tinha vencido um Europeu e um Mundial. Vicente del Bosque conseguiu igualar a proeza do treinador alemão, mas as críticas ao experiente espanhol durante a prova foram muitas.

Wayne Rooney O avançado do Manchester United falhou os dois primeiros jogos por castigo, mas quando regressou à equipa, contra a Ucrânia, marcou o golo que garantiu o triunfo e o apuramento inglês para os "quartos". Só que, mais uma vez, a prestação dos britânicos não convenceu.

Xavi Foi o melhor jogador na final. O médio do Barcelona foi o principal desequilibrador dos espanhóis e merecia ter saído de Kiev com o prémio de "homem do jogo". Quando Xavi está bem, a Espanha está bem. Quando falta Xavi, a Espanha sofre.

Yulia Tymoshenko A ex-primeira-ministra ucraniana acabou, de forma indirecta, por ser uma das figuras da prova. Vários líderes europeus, com destaque para a chanceler alemã Angela Merkel, boicotaram os jogos na Ucrânia em forma de protesto pela detenção de Tymoshenko.

Zlatan Ibrahimovic A Suécia foi a segunda selecção a ser eliminada na competição, mas o golo de Zlatan Ibrahimovic contra a França foi, provavelmente, o melhor da prova.