Mais do Euro 2012

Ver mais

Estatísticas

  • 53 Leitores
  • 1 Comentários
Crónica de jogo

Grécia esteve moribunda, mas também não quer sair deste Euro

Como aperitivo da 14.ª edição do Campeonato da Europa de futebol, não esteve nada mal. Num jogo bastante intenso na Arena de Varsóvia, palco do jogo de abertura do Euro 2012, o futebol, à semelhança da economia, também pareceu estar contra os gregos. Mas a tradição ainda é o que era. Com dedo português – Fernando Santos quase ganhou o jogo no banco –, a Grécia empatou a Polónia (1-1) e confirmou que as equipas anfitriãs dão-se mal com a partida inaugural.


Ao intervalo a crise grega era evidente: em desvantagem numérica e no marcador, a selecção comandada por Fernando Santos tinha cometido demasiados erros e a vantagem da Polónia era inquestionável. Mas, ao contrário das confusões gregas na política e economia, num jogo de futebol tudo se resolve com um estalar de dedos. E se a Grécia chegou moribunda ao intervalo, Fernando Santos ressuscitou a sua equipa ao apostar em Salpingidis na segunda parte.

A última sondagem realizada na Polónia antes do início do Euro mostrava que apenas 44% dos polacos acreditam que a sua selecção vai conseguir chegar aos oitavos-de-final. No entanto, os primeiros 20 minutos dos polacos na prova mostraram uma equipa com categoria mais do que suficiente para ficar nos dois primeiros lugares do Grupo A.

Apostando quase sempre nos ataques pelo lado direito, a selecção de Franciszek Smuda dominou por completo os gregos e, com naturalidade, marcou aos 17’: Obraniak cruzou do lado direito e Lewandowski, a estrela da equipa, cabeceou de forma perfeita para o fundo da baliza. A Polónia parecia lançada para um início de luxo da competição, mas após o golo os polacos, estranhamente, abdicaram de atacar e deram a iniciativa aos desorientados gregos.

Incrédulo, Fernando Santos gesticulava para os seus jogadores, pedindo para jogarem com cabeça, mas o 4x3x3 grego não funcionava: no meio-campo, os ex-benfiquistas Karagounis e Katsouranis não conseguiam agarrar o jogo e a frente de ataque formada por Samaras, Gekas e Ninis era inofensiva. Para agravar o panorama para os helénicos, aos 37’ Avraam Papadopoulos saiu lesionado e, sete minutos mais tarde, o outro central (Papastathopoulos) foi expulso por acumulação de amarelos – decisão rigorosa do espanhol Velasco Carballo que, no minuto seguinte, considerou casual o corte com a mão de um defesa polaco na área.

Em desvantagem numérica e no marcador, Fernando Santos não se deu por vencido. Ao intervalo trocou o amorfo Nanis por Salpingidis e com a entrada do experiente avançado do PAOK o treinador português quase ganhou o jogo. Numa das primeiras vezes que tocou na bola, aos 51’, Salpingidis marcou o golo do empate (asneira de Szczesny) e, aos 70’ foi derrubado na área pelo guarda-redes, que acabou expulso.

A Grécia parecia destinada a estragar novamente a festa aos anfitriões, tal como aconteceu em 2004 em Portugal, mas o remate de Karagounis, na transformação da grande penalidade, foi defendido por Tyton, que tinha acabado de entrar. Pouco depois Salpingidis, pois claro, ainda voltou a meter a bola na baliza polaca, mas o lance foi anulado por um milimétrico fora-de-jogo.

Com as substituições esgotadas aos 68’, Fernando Santos já pouco podia fazer na parte final, mas a segunda parte corajosa da Grécia merecia melhor recompensa. Neste Euro os gregos prometem competência.

Ficha de jogo
Polónia, 1
Grécia, 1

Estádio Nacional de Varsóvia, Polónia
Espectadores Cerca de 58 mil

Polónia Szczesny, Piszczek, Wasilewski, Perquis, Boenisch, Murawski, Polanski, Blaszczykowski, Obraniak, Rybus (Tyton, 70’) e Lewandowski. Treinador Franciszek Smuda.

Grécia Chalkias, Torossidis, Papastathopoulos, Avraam Papadopoulos (Kyriakos Papadopoulos, 37’), Holebas, Maniatis, Katsouranis, Karagounis, Ninis (Salpingidis, 46’), Gekas (Fortounis, 68’) e Samaras. Treinador Fernando Santos.

Golos 1-0, por Lewandowski, aos 17’; 1-1, por Salpingidis, aos 51’.

Árbitro Carlos V. Carballo, Espanha. Amarelos Papastathopoulos (35’ e 44’), Holebas (45+2’) e Karagounis (54’). Vermelho por acumulação Papastathopoulos (44’). Vermelho directo Szczesny (68’).

Notícia actualizada às 20h58